Agora, com o rebaixamento dos títulos de longo prazo do Tesouro americano pela Standand & Poor, a discussão sobre sustentabilidade da dívida pública ganha um novo impulso. Além dos vários países europeus em sérias dificuldades, a ameaça de mais um choque torna o cenário da crise que se iniciou em 2008 ainda mais incerto.
Um quadro publicado pela The Economist (ver abaixo) resume bem a situação de alguns países do ponto de vista da sustentabilidade da dívida pública. Os países já em profunda crise estão todos lá, com indicadores críticos: Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha. Outros, com sinais claros de deterioração apesar do tamanho de suas economias, também: Japão, Estados Unidos, Itália, França e Holanda.
Outros casos igualmente ilustrativos, mas por motivos opostos, estão no final da tabela: Finlândia e Suécia. Ambos países passaram por graves crises no início da década de 1990. Para a maioria dos analistas, a crise fiscal – que na Suécia (e Finlândia) foi acompanhada por crescimento negativo por 3 anos consecutivos, rápida elevação do desemprego, altas taxas de juros e crescentes déficits – representava não só o fracasso do Estado de Bem-Estar Social em seu país-símbolo, mas a demonstração de sua inviabilidade futura.
Após um sofrido, mas bem-sucedido programa de consolidação fiscal, a Suécia e Finlândia hoje apresentam indicadores bastante positivos, quase uma exceção no presente quadro internacional. E sem destruir os fundamentos do bem-estar social, como havia previsto a maioria dos especialistas, talvez movidos por wishful thinking.