Em uma passagem por Jundiaí, aproveitei para visitar o Museu Ferroviário da antiga Cia Paulista, uma das empresas surgidas durante a expansão ferroviária da segunda metade do século XIX. Fundada em 1868, a Cia Paulista inaugurou em 11 de março de 1872 a linha de Jundiaí a Campinas, o primeiro trecho do que seria uma vasta malha de linhas e ramais pelo interior de São Paulo (ver Adolpho A. Pinto. Historia da Viação Publica de S. Paulo (Brasil). São Paulo: Typographia e Papelaria de Vanorden & Cia., 1903). A Cia. Paulista foi estatizada em 1961 e em 1971 passou a fazer parte da FEPASA.
O prédio da Cia Paulista em que se encontra o museu hoje foi inaugurado em 1892. Ao estilo das construções inglesas com seus característicos tijolos vermelhos, também encontrados em várias outras estações ferroviárias no interior do estado de São Paulo, o prédio faz parte de um conjunto arquitetônico notável, incluindo outras unidades administrativas e as oficinas da Companhia.
A descaracterização, o abondono e muitas vezes a simples destruição desse patrimônio ferroviário em todo o estado de São Paulo têm sido denunciados por vários pesquisadores que se dedicam a estudar e defender a história das ferrovias (ver por exemplo o site de Ralph Giesbrecht). Mas hoje eu quero lembrar somente dos belos detalhes das construções e máquinas da antiga Cia. Paulista, como se as ferrovias não tivessem sido vítimas da destruição que torna o Brasil provavelmente um dos poucos países do mundo de seu porte a ter sucateado seu patrimônio ferroviário desta maneira e a não utilizar amplamente esse tipo de transporte de passageiros.
Para isso, selecionei algumas fotos tiradas na visita, espalhadas neste post: a frente do prédio onde se encontra o museu, a placa de inauguração do prédio em Jundiaí, uma vista parcial da frente do conjunto arquitetônico e um panaroma (tentando cortar uma parte que é melhor esquecer – carros alegóricos de carnaval) do galpão das oficinas.