A suprema maravilha tecnológica para os pesquisadores é quando alguma instituição tem a generosa iniciativa de digitalizar parte de seu acervo, tornando-o disponível para consulta ampla e democrática do público leigo e profissional. Já registrei aqui algumas iniciativas louváveis desse tipo e outras estão compiladas à esquerda desta página do blog, em “Fontes Digitais”. Este é um serviço de utilidade pública em favor da democratização do acesso ao conhecimento.
Um exemplo é o projeto da Fundação Casa de Rui Barbosa com o Supremo Tribunal Federal, que publicou on-line as obras completas de Rui Barbosa – nada menos que 137 volumes, com milhares de páginas. A consulta é simples e eficaz, clique aqui para ver.
Alguém interessado pode encontrar, por exemplo, no volume X, Tomo I, do ano de 1883, o trabalho “Reforma do Ensino Primário e Várias Instituições Complementares da Instrução Pública” – na verdade, um parecer sobre um decreto de 1879 do gabinete do Visconde de Sinimbu que reformava o ensino primário na Corte. Rui Barbosa era o relator da Comissão de Instrução Pública do Parlamento e foi encarregado de estudar o decreto, emitindo o referido parecer. O atraso crônico da educação primária no Brasil já era reconhecido há tempos e, com o parecer de Rui Barbosa, adicionou-se mais um diagnóstico do atraso educacional frente a praticamente todas as nações do mundo na época.