Durante seu período como professor visitante na FEA em outubro, Jeffrey Williamson deu aulas, seminários e conversou com muitos professores e alunos, de graduação e pós. Além disso, Williamson deu uma entrevista à Época, que acabou de ser divulgada – veja aqui. A entevista ficou muito interessante. Alguns trechos:
“O que distingue a América Latina de seus competidores da América do Norte e da Europa é que estes locais viveram uma revolução com o surgimento do Estado de bem-estar social e com a queda abrupta da desigualdade social nos anos 40, 50 e 60.”
“[A educação como meio de reduzir a desigualdade] [é] fundamental, especialmente a longo prazo, em um período de duas, três gerações. Se a educação for correta, ela capacita jovens para migrar, ir para as cidades, procurar empregos melhores. Eles podem melhorar suas habilidades e ganhar melhores salários, em vez de serem excluídos do mercado por serem analfabetos. Mas apenas manter as crianças na escola não é suficiente. Por acaso estamos mandando os melhores professores para dar aulas às crianças mais pobres? Acho que não. Como você muda isso? É muito difícil.”
“Os grandes exemplos [de grande redução da desigualdade] foram os que ocorreram entre as décadas de 1920 e 1950 na América do Norte, na Europa e na Austrália. Foram mudanças muito profundas de distribuição de renda, implementadas por sistemas progressivos de impostos, intervenção pública na educação para torná-la acessível. Todos esses dispositivos que hoje muitos desprezam foram introduzidos em um determinado período de tempo na primeira metade do século 20 e tiveram um resultado espetacular. Não ocorreu da noite para o dia, levou três décadas. E as taxas de crescimento eram espetaculares, então parece que esse tipo de prática não afeta o crescimento, pelo contrário.”
A entrevista completa encontra-se aqui.