O que fazer com o domínio obscuro da burocracia, a irresponsabilidade fiscal e o desvio cada vez maior de uma universidade de sua atividade essencial de pesquisa e ensino, como acontece na USP?
“Especialistas” a léguas de distância de sala de aula, pesquisa e atividade acadêmica têm dado todo tipo de resposta à pergunta, inclusive a de que nada está errado, vive-se apenas uma dificuldade temporária, com o que indicam ser ou ter sido beneficiários da própria situação. Mas outra resposta comum é a dos utilitaristas que propõem uma universidade a serviço da “sociedade”, definida como idêntica às encomendas das empresas privadas e dos grupos que controlam os governos (ver aqui, por exemplo).
Como se a USP tivesse chegado a este ponto pelo fato da universidade ter sido perdulária com pesquisa e ensino “desconectados” da sociedade (isto é, o conjunto da população), e não pelo balcão de negócios e o rent-seeking que absorveram boa parte da instituição, justamente o que a maioria desses “especialistas” propõe.