Aureliano Tavares Bastos em Os males do presente e as esperanças do futuro: estudos brasileiros (1861), sobre poder político e elites econômicas em meados do século XIX:
“Finalmente, não é do censo alto, de eleitores capitalistas e proprietários, que depende a nossa salvação. A França dos Bourbons e de Luis Felippe nos sirva de ensino. Os ricos… porque não confessá-lo? Os ricos por si só não representam no Brasil nem a inteligência, nem a ilustração, nem o patriotismo, nem até a independência. A prova é que proprietários e capitalistas fazem timbre neste país da indiferença em matéria política, que é o seu belo ideal, quando não são as criaturas mais submissas e mais dependentes do poder, que dá cargos de polícia, patentes da guarda nacional, fitas e honras com que se apascentam estultas vaidades ou perversas ambições de mando, contratos e empresas com que se dobram e tresdobram fortunas. Aqui, como em qualquer parte do mundo, não se poderá cometer erro mais funesto do que entregar a sociedade ao domínio exclusivo e tirânico de uma só classe, a plutocracia, a menos nobre e a mais corruptível.”